domingo, 29 de julho de 2012

Internet, leitura e reflexão

CARLOS ALBERTO DI FRANCO, doutor em Comunicação; é professor de Ética e diretor do Master em Jornalismo. E-mail: franco@iics.org.br - O Estado de S.Paulo
Os adolescentes são fascinados pelas ferramentas da era digital. Eles não desgrudam do celular, vivem digitando mensagens de texto, passam horas escrevendo em blogs, navegando na web ou absortos nos videogames. Mas a dependência da internet não é exclusiva dos adolescentes. Todos nós, jovens e menos jovens, sucumbimos aos apelos do mundo virtual. Eu mesmo já fiz o propósito de não acessar meus e-mails nos fins de semana. Tem sido uma luta. Com vitórias, mas também com derrotas. Para o norte-americano Nicholas Carr, formado em Harvard e autor de livros de tecnologia e administração, a dependência da troca de informações pela internet está empobrecendo nossa cultura.
Segundo Carr, o uso exagerado da internet está reduzindo nossa capacidade de pensar com profundidade: "Você fica pulando de um site para o outro. Recebe várias mensagens ao mesmo tempo. É chamado pelo Twitter, pelo Facebook ou pelo Messenger. Isso desenvolve um novo tipo de intelecto, mais adaptado a lidar com as múltiplas funções simultâneas, mas que está perdendo a capacidade de se concentrar, ler atentamente ou pensar com profundidade".
A nova geração de adolescentes tem mais acesso à informação do que qualquer outra antes dela. Mas isso não se reflete num ganho cultural. Os índices de leitura e de compreensão de texto vêm caindo desde o início dos anos 1990. A conclusão é de que, apesar do maior acesso às novas tecnologias, não se vê um ganho expressivo em termos de apreensão de conhecimento.
A internet é uma magnífica ferramenta. Mas não deve perder o seu caráter instrumental. O excesso de internet termina em compulsão, um tipo de dependência que já começa a preocupar os especialistas em saúde mental. Usemos a internet, mas tenhamos moderação. Ler é preciso. Jovens, e adultos, precisam investir em leitura e reflexão. Só assim, com discernimento e liberdade, se capacitam para conduzir a aventura da própria vida.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Estrutura das palavras

                                                               ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Os elementos mórficos (morfemas) da estrutura das palavras são:
  • radical
  • desinência
  • afixos
  • vogal temática
  • tema

Radical

É o elemento principal da palavra, a base de seu significado.
  • Noivado ? radical noiv-
  • risonha ? radical ris-
  • trabalhar ? radical trabalh-
Os radicais são elementos comuns às palavras da mesma família etimológica (da mesma origem).

Palavras cognatas

Chamam-se cognatas as palavras que conservam o mesmo radical.
  • olh -o sacud - ir
  • olh - ado sacud -ida
  • olh - eiro sacud - idona
  • ca - olh - o sacud - idela
Cuidado com os falsos cognatas - palavras semelhantes em sua forma gráfica, mas que diferem quanto ao significado.

Desinência

É o elemento que se acrescenta ao radical para indicar flexão . A desinência pode ser: nominal (gênero e número) ou verbal (modotemporal - quando indica o modo e o tempo dos verbos e número pessoal quando indica a pessoa e o número).
  • casas
  • radical
  • desinência
  • nominal de gênero
  • desinência
  • nominal de número
  • fô sse mos
  • radical
  • desinência
  • modo-temporal
  • desinência
  • número-pessoal

Afixos

São os elementos significativos secundários, juntados ao radical para formar palavras novas. Quando o afixo vem antes do radical, chama-se prefixo, e quando vem depois, sufixo.
  • res- pingo
  • sobre-viver
  • feliz - mente
  • charut - aria

Vogal temática e Tema

Vogal temática é a vogal que sucede o radical dos verbos ou dos nomes. Em verbos, indica a conjugação, a que eles pertencem.
  • -a – que indica a 1ª conjugação: junt a mos
  • -e – que indica a 2ª conjugação: bat e ndo
  • -i – que indica a 3ª conjugação: sent i a
Tema é o radical acrescido da vogal temática, isto é, pronto para receber as desinências.
Exemplo
  • beb+e = bebe (tema)

Vogal e consoante de ligação

É a vogal ou a consoante cuja função é unicamente ligar dois morfemas. Trata-se de elementos sem significação própria que apenas facilitam a pronúncia das palavras.
Exemplos
  • cha l eira
  • gas ô metro
  • café t eira

Curiosidades sobre o ato de ler

Um estudo encomendado pela rede de livrarias britânicas Borders reforçou o ditado “mente sã, corpo são”. O ato de ler já gasta algumas calorias, porém o estudo comprovou que ao ler livros de ação, sexo e suspense, a taxa média de calorias que são gastas dobra.

Isso se dá ao fato de que livros ligados a esses temas provocam a produção de adrenalina, um hormônio que prepara o corpo para situações de estresse, reduzindo o apetite e queimando calorias.

A pesquisa ainda cita os livros que geram mais adrenalina, ou seja, que mais emagrecem. Encabeçando a lista está “Polo”, de Jilly Cooper, que provoca a queima de 1,1 mil calorias (equivalente a um Big Mac), seguido do famoso “Código da Vinci”, queimando 855 calorias (uma barra de chocolate). Ainda estão na lista dos mais “diets”, títulos como “O Exorcista” de William Blatty e “O Iluminado” de Stephen King.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A Carta - Pero Vaz de Caminha

A Carta de Pêro Vaz de Caminha, é o documento no qual Pero Vaz de Caminha registrou as suas impressões sobre a terra que posteriormente viria a ser chamada de Brasil. É o primeiro documento escrito da história do Brasil sendo, portanto, considerado o marco inicial da obra literária no país.

Escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, Caminha redigiu a carta para o rei D. Manuel I (1495-1521) para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. Datada de Porto Seguro, no dia 1 de Maio de 1500, foi levada a Lisboa por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos da frota.

A carta conservou-se inédita por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Foi descoberta em 1773 por José de Seabra da Silva, noticiada pelo historiador espanhol Juan Bautista Muñoz e publicada, pela primeira vez no Brasil, pelo padre Manuel Aires de Casal na sua Corografia Brasílica (1817).

Em 2005 este documento foi inscrito no Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).