domingo, 23 de novembro de 2014

domingo, 26 de outubro de 2014

Queridos alunos!

Parabéns pelos blogs... continuem...

Texto do autor David Coimbra

É preciso entender o que significa essa eleição 26 de outubro de 2014 1 Neste momento, os brasileiros ainda estão votando. Sei que, se o PT ganhar, saberá por que ganhou. Mas, se perder, desconfio que não saberá por que perdeu. Não saberá por que o Brasil está tão amargamente dividido. A divisão do Brasil não é entre esquerda e direita, nem entre pobres e ricos. Quem acredita nessa redução, não entende o que está se passando no Brasil. Sem entender o que está se passando, não há como avançar. Se o PT continuar no governo, e não compreender o que acarretou a divisão, continuará governando de forma a acentuar a ruptura. Se for para a oposição sem esse entendimento, fará tudo para sabotar o novo governo. E também acentuará a ruptura. O novo governo, se for do PSDB, também terá de entender por que ganhou. E por que o PT permaneceu tanto tempo no poder. Se não entender, não saberá conciliar. E, a partir de amanhã, não há nada de que o Brasil precise mais do que conciliação. David Coimbra

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Obras: O Guarani e Iracema

"O Guarani" - Resumo da obra de José de Alencar

03/09/2012 20h 38
Leia a análise de O Guarani
O romance tem sua ação desenvolvida na primeira metade do século XVII, iniciando-se no ano de 1604. Na primeira parte do livro, o narrador nos apresenta a D. Antônio Mariz, pai da heroína Ceci (Cecília), sendo este um fidalgo português que teria participado na fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1567. 

Ele havia decidido permanecer no Brasil após derrotas portuguesas sofridas no Marrocos. Assim, ele fixa-se no Rio de Janeiro em terras que foram oferecidas por Mem de Sá como retribuição a serviços prestados à Coroa. 

A casa de D. Antônio é construída tendo-se como modelo os castelos medievais europeus e ele passa a viver lá com sua família, criados e outros companheiros. A propriedade fica localizada na Serra dos Órgãos, às margens do Rio Paquequer, um afluente do Rio Paraíba, e esse é o local em que se dará a ação do romance.

A propriedade de D. Antônio Mariz é organizada de acordo com os modelos coloniais portugueses e segue um código cavalheiresco de vassalagem medieval, sendo que os criados juram lealdade eterna a seu senhor. Assim, o clima na propriedade é de um espírito patriótico e leal à Portugal. Lá habitavam, além da família, cavaleiros, aventureiros, fidalgos e até mercenários em busca de ouro e prata. 

Esses eram liderados pelo ex-frei Ângelo di Lucca, que agora atendia pelo nome de Loredano. Este era um homem desalmado que abusava da cordialidade de D. Antônio e planejava destruir a família desse e raptar sua filha Cecília. Porém, ela estava sempre muito bem guardada pelo índio Peri, o herói da história. Ele havia salvado Cecília de uma avalanche de pedras e conquistou a amizade e gratidão tanto da moça quanto de seu pai.

Em certo momento, o filho de D. Antônio mata uma índia da tribo aimoré por acidente durante uma caçada, o que deixa a tribo enfurecida e com sede de vingança. Então, dois índios aimorés vigiam Ceci enquanto a moça se banhava e se preparam para mata-la quando são mortos pelas flechadas certeiras de Peri. Uma índia aimoré que viu todo o ocorrido relata os fatos para sua tribo e isso acaba desencadeando uma guerra entre a família de D. Antônio e os aimoré. (...)
Iracema

     A obra conta a história de amor vivida por Martin, um português, e Iracema uma índia tabajara. Eles apaixonaram-se quase que à primeira vista. Devido a diferença etnica, por Iracema ser filha do pajé da tribo e por Irapuã gostar dela, a única solução para ficarem juntos, é a fuga. Ajudados por Poti, Iracema e Martim, fogem do campo dos tabajaras, e passam a morar na tribo de Poti (Pitiguara). Isso faz com que Iracema sofra, mas seu amor por Martim é tão mais forte, que logo ela se acostuma, ou pelo menos, não deixa transparecer. A fuga de Iracema faz com que uma nova batalha seja travada entre os tabajaras e os pitiguaras. Pois Arapuã quer se vingar de Martin, que "roubou" Iracema, mas Martim é amigo de Poti, índio pitiguara, que irá protegê-lo.
     Além disso, a tribo tabajara alia-se com os franceses que lutam contra os portugueses, que são aliados dos pitiguaras, pela posse do território brasileiro. Com o passar do tempo, Martim começa a sentir falta das pessoas que deixou em sua pátria, e acaba distanciando-se de Iracema. Esta, por sua vez, já grávida, sofre muito percebendo a tristeza do amado. Sabendo que é o motivo do sofrimento de Martim, ela resolve morrer depois que der à luz ao filho. Sabendo da ausência de Martim, Caubí, irmão de Iracema, vai visitá-la e diz que já a perdoou por ter fugido e dado às costas à sua tribo. Acaba conhecendo o sobrinho, e promete fazer visitas regulares aos dois.
     Conta que Araquém, pai de Iracema, está muito velho e mal de saúde, devido à fuga de Iracema. Justo no período que Martim não está na aldeia, Iracema dá luz ao filho, ao qual dá o nome de Moacir. Sofrendo muito, não se alimentando, e por ter dado à luz recentemente, Iracema não suporta mais viver e acaba morrendo logo após (...)

domingo, 21 de setembro de 2014

domingo, 14 de setembro de 2014

Temas possíveis para o blog - 1º ano

1- Política, democracia e eleições
2- Esporte e qualidade de vida
3- Atualidades
4- Amor, essência de vida
5- Redes sociais
6- Juventudes, certezas e dúvidas
7- Preconceito e discriminação
8- Meio ambiente, depende de nós
9- Família e a influência de novos valores
10- Linguagens

domingo, 24 de agosto de 2014

Feliz por nada (Martha Medeiros)

Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.

NUMERAL

 NUMERAL
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência.
Exemplos:
  1. Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
    [quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]
  2. Eu quero café duplo, e você?
    ...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]
  3. primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
    ...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"]
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (11/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos:décadadúziaparambos(as), novena.
Classificação dos Numerais
Cardinaisindicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativosexpressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Leitura dos Numerais
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e.

Por exemplo:
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A PIPOCA


A pipoca
Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.

Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.

Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.
Rubem Alves: tudo sobre sua vida e sua obra em "Biografias".

domingo, 13 de julho de 2014

Alemanha vence à copa de 2014

Curiosidades da Alemanha (costumes, dados e informações):
- Os alemães adoram carne suína. A carne de porco é a mais popular do país e serve de base para diversos pratos típicos da culinária alemã. Além desta carne, as batatas e as salsichas também são muito consumidas nos país.
Exemplos de pratos típicos da culinária da Alemanha: Chucrute (conserva de repolho), Esbein (joelho de porco assado ou frito), boulette (bolinhos recheados com carne), Schlachtplatte (barriga de porco com chucrute e batata) e Bratkartoffeln (cozido de batatas com bacon e cebolas).
- A bebida alcoólica mais consumida na Alemanha é a cerveja. O povo alemão é um dos maiores consumidores mundiais desta bebida. No país, existem cerca de 1.200 cervejarias. Vale lembrar também que o maior festival de cerveja do mundo ocorre na cidade de Munique. É a famosa Oktoberfest.
- O povo alemão também é um dos maiores consumidores de pães do mundo. No país, é possível encontrar cerca de 1.200 tipos de pães.
- O açúcar mais consumido na Alemanha não é o derivado da cana-de-açúcar, como ocorre no Brasil, mas sim o de beterraba.
- A montanha Zugspitze é o ponto mais alto do território alemão com 2.963 metros de altura.
- A igreja mais alta do mundo fica na Alemanha. É a Catedral de Ulm com 161,5 metros de altura (equivalente a um prédio de 65 andares).
- Com clima temperado úmido, a Alemanha é um dos países mais frios da Europa na época do inverno. Nesta estação, os termômetros podem atingir até 15 graus negativos.
- A vida dos cachorros alemães não é das piores, pois estes animais tem acesso livre, obviamente com seus donos, a restaurantes, mercados, cafés e outros locais públicos.
- Na Alemanha, a idade mínima para o consumo de bebidas alcoólicas é de 16 anos.
- É considerado um dos países com maior número de invenções úteis da História. Exemplos: motor a diesel, aspirina, relógio de bolso, insulina, imprensa, dínamo, elevador elétrico, locomotiva elétrica, microscópio eletrônico entre outros.
- Na Alemanha a TV pública é paga. Toda residência que recebe o sinal da tv pública alemã deve pagar cerca de18 euros.
- A Alemanha é o quinto melhor país do mundo para se viver (de acordo com o IDH de 2012), em função da alta qualidade de vida.
- O futebol é o esporte número um na preferência do povo alemão. Vale lembrar que a seleção alemã de futebol já foi três vezes campeã da Copa do Mundo Fifa de Futebol.
- A Alemanha possui o maior parque gerador de energia eólica do mundo. O país também é um dos maiores produtores de energia solar do mundo.
- Os alemães adoram automóveis e, mais ainda, dirigir em alta velocidade. Uma das principais rodovias do país é a Autobahn, onde não há limite de velocidade (exceto em curvas acentuadas e proximidades de zonas urbanas).
- Embora o alemão seja a língua oficial do país, existem diversos dialetos na Alemanha, que variam de região para região.
- A bicicleta é um meio de transporte muito usado nas cidades alemãs, sendo que grande parte delas possuem sistemas de trânsito com ciclovias e bicicletários.
- A Alemanha possui uma das menores taxas de natalidade do mundo (1,39 filhos por mulher).
- A Alemanha possui a economia mais rica da União Europeia.
- O Catolicismo e o Luteranismo são as religiões mais seguidas pelo povo alemão.

domingo, 29 de junho de 2014

Substantivo

Substantivo: Conceito e classificação

Solange Lauro Marcondes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
(Atualizado em 30/04/2014, às 16h40)
Substantivo é a classe gramatical, ou morfológica, de palavras que nomeiam os seres - reais ou imaginários, concretos ou abstratos. Além disso, inclui nomes de ações, estados, qualidades, sentimentos etc.
Qualquer classe gramatical antecedida por artigo, pronome demonstrativo, pronome indefinido ou pronome possessivo vira substantivo: o amar, um amanhã, nosso sentir, um não sei quê, o sim, o não, algum talvez, este falar, um abrir-se, o querer, aquele claro-escuro.

Classificação dos substantivos

Os substantivos são classificados assim:
  • Comuns: nomeiam grupos de seres da mesma espécie.
    Ex: jornal, país, cidade, animal, boca, beijo.
     
  • Próprios: nomeiam seres particulares de uma determinada espécie. São os nomes de pessoas, cidades, equipes de futebol, etc
    Ex: Fortaleza, Salvador, Ceará, Brasil, América do Norte
     
  • Abstratos: nomeiam estados, qualidades, sentimentos ou ações cuja existência depende de outros seres. explica-se: a beleza, por exemplo, precisa de algo concreto (um vaso, um rapaz, uma árvore) para se manifestar.
    Ex: tristeza, cansaço, prazer, alegria, beleza, verdade, ironia
     
  • Concretos: nomeiam seres cuja existência é própria, independente de outros.
    Ex: beija-flor, mulher, Deus, vento, alma
     
  • Primitivos: são os nomes que não derivam de outros.
    Ex: dia, noite, carroça, mar, água
     
  • Derivados: são os nomes formados a partir de outros.
    Ex: diarista (de dia), noitada (de noite), carroceiro (de carroça), maremoto (de maré), aguaceiro (de água)
     
  • Simples: são os nomes que apresentam apenas um elemento formador, um radical.
    Ex: caneta, pau, flor, couve, água, cheiro
     

domingo, 8 de junho de 2014

Prestem atenção nas leituras...

Nova leitura obrigatória, livro de Lídia Jorge aborda fama e ambição

"A Noite das Mulheres Cantoras" substitui obra do também português José Saramago e trata dos percalços existentes no rumo ao estrelato

06/06/2014 | 12h10
Nova leitura obrigatória, livro de Lídia Jorge aborda fama e ambição Adriana Franciosi/Agencia RBS
Lídia Jorge na Feira do Livro de Porto Alegre em 2011: com a trajetória das cantoras, autora traça história de uma épocaFoto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
No efêmero cenário da música pop, cinco mulheres querem sair do anonimato e conquistar os holofotes. As amigas, ansiosas pela vida de celebridade, estão dispostas a tudo para construir uma imagem digna de idolatria, e cantam com o intuito de conquistar a fama e a admiração dos ouvintes mais do que com a vontade de difundir uma mensagem através das canções. Para tanto, não medem esforços: vale deixar de lado a própria personalidade em troca da vontade de se tornarem conhecidas.
Pode parecer um cenário muito atual — e não deixa de ser —, mas estamos falando de Portugal nos anos 1980.
:: Confira a lista de leituras obrigatórias do vestibular 2015 da UFRGS
Essa contemporaneidade é um dos pontos-chave de A Noite das Mulheres Cantoras, obra da escritora portuguesa Lídia Jorge que entrou para a lista de leituras obrigatórias da UFRGS neste ano. No livro, a ânsia de virar celebridade permeia cada ação do grupo. Essas cantoras, lideradas pela ambiciosa Gisela Batista, buscam o sucesso a todo custo, pouco importando os meios necessários para atingir seu objetivo. Impossível não traçar paralelo com os dias de hoje.
A obra foi lançada em 2011: uma novata se comparada com a outrora obrigatória — e conterrânea — Os Lusíadas, do século 16, mas contemporânea de Lya Luft e Tabajara Ruas, também cobradas na prova do vestibular 2015. No mesmo ano, A Noite das Mulheres Cantoras recebeu uma edição "traduzida" para o português brasileiro. Portanto, muita atenção na hora de escolher qual versão você quer ler, porque ambas estão disponíveis nas livrarias e foram publicadas pela mesma editora.
As mulheres cantorasA protagonista, Gisela, estampa a vontade máxima do grupo, sedento pelo estrelato. A ela se juntam Madalena Micaia, Solange de Matos e as irmãs Nani e Maria Luísa Alcides: todas com vontade de alcançar a fama, mas nenhuma tão obstinada quanto a própria líder. Solange, uma compositora amadora, nutre em silêncio uma admiração pelas irmãs — mero esboço da idolatria que cresce quando entra em cena a líder (Gisela). É por causa dela que Solange passa a ter ambições maiores; com sua chegada, nasce a obsessão pelo estrelato.
Solange é quem narra, em um monólogo, a história da banda. A descrição, estruturada na forma de um retrocesso narrativo, acontece em 2009, mas retoma os acontecimentos de 21 anos atrás, quando ela era uma estudante que havia recém-ingressado na universidade. Enquanto compunha versos em segredo, recebeu um convite para fazer parte de um projeto musical. Ali surgiria a bandaApósCalipso, com a qual as mulheres cantoras tentariam obter o tão almejado status de celebridade.
— A obra também diz respeito aos valores do nosso tempo, e assim é uma leitura do presente. Se pensarmos no hoje, todos os nossos valores (éticos, ideológicos, estéticos) deixaram de ser absolutos. Questões do que é certo e errado, se é moral ou não passam a ser relativizadas. Essa é uma discussão bem pós-moderna que o livro trata muito bem — avalia Jane Tutikian, escritora e diretora do Instituto de Letras da UFRGS.
A História dentro da históriaA busca da banda ApósCalipso expõe ainda uma alegoria para a derrocada do império português — em um cenário de retomada da democracia, com o fim do Salazarismo (regime totalitário que dominou o Estado lusitano de 1933 a 1974). A narrativa acompanha também o fim da África portuguesa e a questão social dos "retornados", como ficaram conhecidos os portugueses que voltaram ao país natal após a independência das colônias africanas. As personagens, em maior ou menor grau, têm todas em comum a relação íntima com o continente que acabava de conquistar mais autonomia.
— Na superfície, o que as cinco (cantoras) têm em comum é a música. Esse é o traço explícito. Em nível profundo, porém, o que elas têm em comum é a África — pondera Jane.
Essa questão histórica, porém, não deve ser cobrada dos estudantes. A prova da UFRGS até costuma exigir que o candidato relacione acontecimentos do período em que foi publicada determinada obra, mas isso só costuma ser feito com títulos da literatura brasileira. O professor de Literatura do pré-vestibular Mottola Flávio Azevedo acredita que a pergunta sobre A Noite das Mulheres Cantoras deve envolver detalhes do enredo ou da relação entre as personagens.
— Deve-se conhecer o andamento da história, como o enredo é narrado, e essa estrutura de retrocesso, de reentrância. Podem também cair detalhes familiares, algo sobre o passado das personagens. Eles não vão trabalhar com informações sobre a autora ou característica dela em geral: vão entrar diretamente na obra, até por se tratar de uma autora contemporânea — aposta Azevedo.
A questão socialPara além da identificação com a música, o desejo do estrelato e as raízes africanas das mulheres cantoras, Lídia Jorge explora nesta obra outro ponto comum em sua bibliografia: a questão social. Os retornados — grupo a que pertence o coreógrafo João de Lucena — surgem como uma nova classe, que busca indenização do Estado após ter de deixar os territórios que dominavam e se veem obrigados a começar uma vida nova em um país que não é mais o mesmo que eles deixaram — "um país que eles não conhecem e que não os reconhece", nas palavras da escritora Jane Tutikian.
— No fundo, é a questão da fama construída, e como por ela você é obrigado a abrir mão dos valores individuais porque passa a ser engolido por esse empreendimento — descreve a diretora do Instituto de Letras da UFRGS.
 
A escritora portuguesa Lídia Jorge | Ilustração: Godinho
ANÁLISE, por Jane Tutikian
A Noite das Mulheres Cantoras
Lídia Jorge é uma das maiores — senão a maior — escritoras portuguesas da atualidade. Ela surge com a geração do pós-1974, que vem para repensar a história recente de Portugal, desmistificando a nação conquistadora e o orgulho do império. Nesse sentido, publica livros como O Dia dos Prodígios, onde analisa alegoricamente a Revolução dos Cravos, ou O Jardim sem Limites, que trata da primeira geração pós-salazarismo. Com relação à atuação portuguesa na África, A Costa dos Murmúrios é a melhor expressão da literatura lusa. Agora, a escritora vem com a edição brasileira de A Noite das Mulheres Cantoras, e o pano de fundo é a história dos retornados, meio milhão de portugueses forçados a regressar a Portugal depois da independência das colônias, deixando na África a construção de uma vida inteira, sem qualquer indenização do Estado. E, mais do que isso, voltando para uma terra que já não mais conheciam, sentindo-se estrangeiros em sua pátria. No início do livro, Lídia Jorge esclarece que ao contar-se a história de um grupo conta-se a história de um povo.
Na superfície, a autora conta a história de Gisela Batista, que comanda um grupo de quatro jovens que querem alcançar a fama com um conjunto de mulheres cantoras. As irmãs Nani e Maria Luísa Alcides, Madalena Micaia e Solange de Matos subjugam-se à personalidade autoritária de Gisela Batista, porque ela é que tem o dinheiro e, porque o tem, estabelece as metas de vida das jovens. Tudo o que importa é que as cinco cantoras do ApósCalipso gravem um disco e façam sucesso.
Lídia Jorge desenvolve a narrativa de forma magistral. É Solange de Matos que, vinte e um anos depois, em 2009, a partir de um encontro das quatro cantoras (as irmãs Alcides, Solange e Gisela) e ainda do coreógrafo (João de Lucena), num show de televisão, que reconstitui, num monólogo, a história do grupo.
É nos dramas individuais que o funcionamento sócio-cultural português dos anos 1980 se revela. Solange, as irmãs Alcides, e a própria Gisela pertencem a famílias de retornados, marcadas pelo sentimento de uma derrota promovida pela própria pátria. Micaia é a africana, a santomense, a selvagem, que morre na casa de ensaio (a Casa Paralelo), cujo corpo tem destino ignorado e por quem ninguém pergunta, revificando as relações colonos x colonizadores. Cabe ao estudante de sociologia Murilo a análise das relações internacionais, as condolências apresentadas à África, o incentivo de resistência à América Latina e a tudo o que vem do Norte e a própria projeção do domínio do capitalismo num mundo sem fronteiras.
Verdade é que ao contar a história de um grupo, Lídia Jorge conta sim a história de um povo e, ao contar a história de um povo, conta a história de uma época em que os valores éticos, estéticos e ideológicos que a regem estão já preparando o nosso tempo.
Jane Tutikian
Escritora, diretora do Instituto de Letras da UFRGS

domingo, 25 de maio de 2014

ORALIDADE/

 Planejamento do texto: além de cuidar do conteúdo (uma preocupação comum a todas a situações comunicativas), um seminário exige a preocupação com a forma como as informações são passadas, que não pode ser a mesma usada com os colegas no dia-a-dia. Por isso, é necessário trabalhar as diferenças entre a língua formal e a informal. 

Estrutura da exposição: o conteúdo precisa ser apresentado de forma clara e coerente - o objetivo é facilitar a compreensão de seu sentido geral. Para que isso ocorra, o texto oral deve ter uma seqüência organizada: fase de abertura, introdução ao tema, desenvolvimento, conclusão e encerramento. 

Características da fala: o tom e a intensidade da voz do expositor devem criar um clima propício para a interação com a platéia. 

Postura corporal: olhares, gestos, expressões faciais e movimentos corporais são importantes para complementar as informações transmitidas pela fala. Esses recursos auxiliam a mobilizar a escuta atenta.

Olimpíadas de Língua Portuguesa

Literatura Brasileira » Coleções » Melhores Crônicas

Melhores Crônicas Ivan Angelo
  • 1ª edição
  • Formato: 14x21
  • 336 páginas
  • ISBN 978-85-260-1187-8

Melhores Crônicas Ivan Angelo

Autor : Ivan Angelo
Seleção e Prefácio : Humberto Werneck
O escritor autêntico está sempre oferecendo surpresas. Agradáveis, obviamente. Um dos mais importantes romancistas da literatura brasileira contemporânea, com audiência internacional, dono de um texto exemplar, Ivan Angelo ocupa também um lugar de destaque na crônica brasileira atual. Surpresa? Para muitos leitores, sim.
É que o cronista Ivan Angelo, durante algum tempo, atuou sobretudo em publicações regionais e numa atividade mais ou menos bissexta. A partir de 1999 passou a ocupar uma página quinzenal na revista Veja SP, de circulação restrita à cidade de São Paulo. Dessa forma, a publicação de suas Melhores Crônicas vai surpreender a muito leitor, pelo Brasil afora, revelando um cronista ágil, bem-humorado (o velho humor mineiro), mas sobretudo muito envolvente, desses que prendem o leitor pelo título, aumentam o seu interesse na primeira frase e só o libertam na última linha.
Herdeiro de uma tradição que vem de Machado de Assis, passando por Carlos Drummond de Andrade e Rubem Braga, Ivan Angelo aprendeu com todos eles os matizes do gênero, para melhor impor a sua personalidade, a sua maneira própria e inconfundível de escrever e ver o mundo, na qual o interesse pelos fatos cotidianos se entrelaça à atenção com àquela zona fugidia de vida pessoal, que parece independente do tempo, reino mágico de cada ser humano. Esse é um dos segredos do cronista. O outro consiste em escrever de tal forma que a crônica atue "como uma relação pessoal entre o narrador e o leitor, como se fosse escrita só para esse leitor", segundo as suas próprias palavras.
Como observa Humberto Werneck no prefácio, "já deliciosas no varejo do jornal e da revista, reunidas em livro as crônicas de Ivan Angelo ficam ainda melhores – umas trabalham pelas outras, todas ganham corpo, o conjunto compõe uma exata combinação de sabores". O leitor é quem sai ganhando.

Estrutura e formação das palavras

Análise da estrutura das palavras e os processos de formação.
Análise da estrutura das palavras e os processos de formação.
Conceitos básicos: 

Observe as seguintes palavras:
escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome deprefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais.
• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina

Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
 


cant-á-va-mos
cant-á-sse-is
cant: radical
cant:
radical
-á-: vogal temática
-á-: vogal temática
-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo)
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo)
-mos:desinência número-pessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural)
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural)

Vogal temática

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
 


primeira conjugação
segunda conjugação
terceira conjugação
govern-a-va
estabelec-e-sse
defin-i-ra
atac-a-va
cr-e-ra
imped-i-sse
realiz-a-sse
mex-e-rá
ag-i-mos

Vogal ou consoante de ligação 

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.

Por Marina Cabral